Viajar não é apenas um prazer, mas também uma verdadeira fonte de criação de riquezas econômicas em todo o mundo. Sinal de riqueza, liberdade e modernidade, viajar faz parte integrante da vida de muitos cidadãos do mundo. É possível viajar de forma responsável em tempos de tamanha globalização? De fato, em 2017, havia 1,5 bilhão de turistas para 1,2 bilhão de receitas segundo a OMT (Organização Mundial do Turismo). Os impactos econômicos são imensos. Mas, nas últimas décadas, o turismo de massa tem tido consequências negativas para o planeta, como a poluição do ar e dos oceanos. Às vezes, a indústria do turismo envolve trabalhadores locais em condições de trabalho muitas vezes questionáveis. Além disso, algumas atividades turísticas não têm impacto direto nas comunidades locais. Mas, felizmente, isso não é uma fatalidade!

Uma nova forma de turismo sustentável surgiu há vários anos. Ela aposta na valorização da economia local, no desenvolvimento ético, na solidariedade e no comércio justo. Partilha, belos encontros e respeito ao meio ambiente são as palavras-chave desse estado de espírito.

Aqui está tudo o que você precisa saber sobre a viagem responsável.

Viajar de forma responsável, uma abordagem ética

As ações para viajar de forma responsável são muitas. O despertar responsável do turismo já atua há alguns anos, mas começa a se popularizar.

A OMT redigiu em 1999 o Código Mundial de Ética do Turismo. Ele visa orientar tanto os atores do desenvolvimento do setor quanto os próprios turistas para um turismo que minimize os impactos no meio ambiente, no patrimônio cultural e nos habitantes.

Esta carta ética baseia-se nos seguintes princípios:

• O turista deve contribuir para a compreensão e o respeito mútuo entre pessoas e sociedades
• O turismo deve ser vetor de realização individual e coletiva
• O turismo é vetor de desenvolvimento sustentável
• Ele utiliza o patrimônio mundial cultural da humanidade e contribui para seu enriquecimento
• É benéfico para os países e comunidades anfitriãs

Viajar de forma responsável e sustentável exige carregar os mesmos valores que se deseja viver durante a viagem. O respeito, a preservação do meio ambiente, o desejo de compartilhar e de encontrar as populações locais são os pilares do turismo alternativo. O desafio é grande: trata-se de viajar respeitando o desenvolvimento econômico do país visitado e preservar os recursos culturais e naturais. (10 conselhos para uma viagem eco-responsável)

Aqui estão alguns pontos que lhe darão uma ideia do que implica o compromisso responsável em viagem:

• Informar-se bem sobre o destino
• Escolher profissionais sérios e comprometidos
• Levar apenas o essencial
• Informar-se sobre os usos e costumes da população local
• Provar a culinária local
• Informar-se sobre as gorjetas
• Aproveitar os modos de hospedagem autênticos
• Separar o lixo
• Respeitar as regras afixadas
• Prestar atenção ao consumo de água e energia, especialmente em países que carecem desses recursos
• Não retirar "lembranças" das áreas naturais
• Comprar objetos pelo seu valor justo para privilegiar a economia local
• Preferir a doação para associações competentes que se dedicam à preservação das espécies
• Denunciar abusos contra pessoas, animais ou o meio ambiente
• Minimizar os deslocamentos e as emissões de gases de efeito estufa, e pagar uma taxa de carbono para compensar
• Compartilhar sua experiência com outros viajantes para sensibilizar sobre a viagem responsável

Quais são as formas de turismo sustentável?

Com uma demanda crescente, a oferta de turismo responsável é cada vez mais diversificada. Aqui está uma lista não exaustiva das diferentes formas de viagem que o turismo sustentável pode assumir:

Ecoturismo

É um turismo focado no desenvolvimento sustentável, visando preservar a biodiversidade e os recursos culturais de uma área natural. A conscientização sobre essas questões é primordial. Contratar um guia local para visitar um parque nacional ou regional é um exemplo de abordagem ecológica que favorece a economia local.

Ecovoluntariado

Essas viagens assumem a forma inédita de auxílio a cientistas no local. É uma boa maneira de ter acesso a áreas naturais protegidas proibidas aos turistas. Os programas de pesquisa científica raramente têm financiamento suficiente, por isso os voluntários são bem-vindos.

Turismo solidário

Apoiar projetos de desenvolvimento locais, integrar-se às populações anfitriãs, o turismo solidário tem como pedra angular o encontro e o humano. Hospedagem em casa de família, viver no ritmo dos locais, participação nos costumes... O turista é convidado a viver o mais próximo possível das populações locais. Ex: viagem solidária a Madagascar

Turismo comunitário

Tem como objetivo envolver as populações locais no desenvolvimento do turismo. A população local é, portanto, central nesta experiência e portadora de projetos. Ex: compartilhe uma experiência comunitária na Bolívia

Turismo participativo

As possibilidades são muitas para realizar uma viagem responsável participativa: do "couchsurfing" (hospedar-se em qualquer lugar do mundo gratuitamente diretamente na casa de um morador) ao "wwoofing" (Working Weekend in Organic Farms), viajar estando diretamente na casa de um local nunca foi tão simples. Ser acompanhado por um local (chamado de "greeter") é cada vez mais comum no turismo. A gratuidade, a autenticidade e a flexibilidade são as palavras-chave dessas práticas, que estão ancoradas no encontro e na partilha.

Slow turismo

Mais do que um programa, é um estado de espírito. O slow turismo privilegia o "aproveitar o tempo", os encontros, os meios de transporte locais, a gastronomia local... A qualidade é mais importante do que a quantidade das experiências da viagem. Ideal para desconectar.

Viagem humanitária

É unir a viagem com a doação do seu tempo para ajudar estruturas do outro lado do mundo. Ou ainda o agro-turismo... As possibilidades de viajar de outra forma são infinitas!

Quais são os destinos a privilegiar?

A Costa Rica, as Galápagos e a Nicarágua são referências em termos de turismo alternativo. Mas, na verdade, é possível viajar de outra forma em todo o mundo!

É preciso ser criativo e criar sua própria viagem sob medida: por que não organizar um trekking responsável no Nepal, ou ainda participar da proteção dos elefantes na Ásia? Essas viagens fora do comum permitem descobrir paisagens grandiosas com a consciência tranquila. Não hesite mais e peça as viagens mais bonitas às nossas agências locais. Será preciso ousar sair dos caminhos tradicionais e tornar-se verdadeiros viajantes do mundo, desejosos de ter um impacto através de suas ações.

Fotos (c) Lightscape – Unsplash (c) Jan Phoenix – Unsplash (c) Abigail Keenan – Unsplash (c) Haryo Setvadi – Unsplash